sábado, 8 de março de 2014

Dicas de segurança

CAUSAS COMUNS DE AFOGAMENTOS E ACIDENTES EM PISCINAS
Dentre as diversas causas de acidentes e afogamentos registradas, as mais comuns são as seguintes:

- Pouca habilidade de natação do usuário;

- Crises convulsivas;

- Infarto agudo do miocárdio;

- Angina de peito;

- Treinamentos em apnéia;

- Embriaguez;

- Brincadeiras brutas;

- Crianças sem a supervisão de adultos;

- Traumatismo raqui-medular;

- Utilização de objetos flutuantes;

- Acidentes com a linha de vácuo ou ralo de fundo;

- Acidentes diversos, por desrespeito às normas de utilização da piscina.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE AFOGAMENTOS E ACIDENTES EM PISCINAS
INTRODUÇÃO

Entendemos como instalação aquática toda superfície ou lâmina de água, natural ou artificial, que está habilitada para uso recreativo ou desportivo. As instalações aquáticas possuem legislações que as regulam e lhes obrigam a ter acessos, serviços, equipamentos, anexos, condições higiênicas, sanitárias e, principalmente, estarem vigiadas, durante todo o tempo de funcionamento, por guardiões de piscinas.

As medidas preventivas são de grande importância na redução de afogamentos e acidentes em piscinas. Essas medidas são baseadas em: advertências verbais realizadas pelo guardião, normas para a utilização da piscina fixadas em local visível, avisos de profundidade etc. Elas têm como resultado não só a redução de acidentes, como também dos casos de morbidade (lesões decorrentes da doença) e mortalidade por afogamento.

Com o intuito de evitar afogamentos, acidentes e a contração de doenças infecto-contagiosas em piscinas, serão descritos diversos fatores de risco e normas de segurança para a sua utilização, que irão minimizar as condições de insegurança dos banhistas.

Os seguintes aspectos deverão ser observados:

- Construção da piscina;

- Tratamento da água e manutenção geral;

- Operação da bomba na casa de máquinas;

- Riscos de acidentes e medidas preventivas;

- Normas de segurança em parques aquáticos, temáticos e similares.

CONSTRUÇÃO DA PISCINA

Existem normas para a construção de piscinas que visam a redução do risco de acidentes. Abaixo estão relacionadas algumas medidas preventivas:

- Piso antiderrapante ao redor da piscina, próximo às bordas;

- Avisos de profundidade evitam traumas de cabeça e coluna;

- Mudanças de profundidade possibilitam a ocorrência de afogamentos e acidentes. Identificar a área mais rasa, onde seja seguro para as crianças brincarem e impróprio para realizar mergulhos;

- Evitar desníveis, o que possibilita o acúmulo de água no piso, com proliferação de algas (limo);

- Escadas de acesso e saída à piscina, com corrimão e piso antiderrapante;

- Barras de proteção ao longo de todo o comprimento da piscina;

- Bordas sem quinas cortantes ou com proteção;

- Áreas de sombra e água potável.

Nos parques aquáticos:

Barras de proteção e liberação de entrada, que estabeleçam a velocidade de início do deslize, impedindo maior velocidade e acidentes.

Risco ambiente: 

Em piscinas descobertas o raio provindo de tempestades representa um sério risco para os banhistas. Retire todos da piscina ao menor sinal de trovão e/ou raios e interdite até 15 minutos após não haver nenhuma atividade elétrica.

Anexos à piscina: 

São locais perto ou ao redor da piscina como sala de musculação, sauna, duchas, quadras de esporte, onde podem ocorrer traumas ou mal súbito e necessitam da presença do guardião, podendo desviar a atenção da área primária de atuação.

TRATAMENTO DA ÁGUA E MANUTENÇÃO GERAL

A boa aparência não é uma garantia de que a água da piscina está apropriada para o uso. Os microrganismos patogênicos não são visíveis a olho nu e seu controle só é possível a partir da aplicação de um tratamento técnico, feito por profissional especializado (FEEMA). Cuidados com o tratamento da água reduzem a incidência de doenças infecto-contagiosas. São várias as doenças que podem ser contraídas em piscinas, dentre elas podemos citar as seguintes:

- Infecções oculares (conjuntivites);

- Infecções auditivas (otite);

- Infecções respiratórias (amigdalite, faringite e traqueíte);

- Infecções da epiderme (furunculose, eczema, micose, vulvovaginite gonocócica e lesões cutâneas);

- Infecções intestinais (diarréias);

- Enfermidades bem mais graves: a febre paratifóide e tifóide, a poliomielite e a hepatite “a”.

A desinfecção é a destruição dos microorganismos patogênicos. O cloro elimina as algas, bactérias, a matéria orgânica e clareia a água. O pH mede a intensidade da acidez e da alcalinidade da água, sendo representado por uma escala numérica de 0 – 14 (pH ? 7 – acidez; pH ? 7 – alcalinidade; pH = 7 – neutro). É importante mantê-lo na sua faixa ideal (pH ideal - 7.4 a 7.6) em virtude dos seguintes fatores:

- O Cl é instável na zona ácida pH ? 7;

- Com o pH muito elevado (pH ? 8) o cloro tem sua ação desinfetante bastante reduzida;

- O pH fora da faixa 7.2 a 8.4, provoca irritação nos olhos e na pele dos banhistas.

Ao adicionarmos o cloro à água, parte dele vai destruir os germes patogênicos e a outra é consumida pela matéria orgânica. O que sobra é denominado residual de cloro ou cloro residual que se apresenta na forma livre, sem nenhuma combinação, ou na forma combinada, quando se combina com a amônia ou matéria orgânica nitrogenada – cloraminas (ação desinfetante menos eficiente). Para determinarmos o cloro residual e o pH devemos usar o comparador de cor ou colorímetro.

Outros cuidados devem ser tomados como: 

- O lava-pés deve ter sempre sua água com cloro e fluxo contínuo;

- Passar pelas áreas com chuveiros para o banho antes de entrar na piscina;

- Azulejos quebrados devem ser trocados;

- Observar as juntas de dilatação;

- Pavimentos, acessos ou escadas em mal estado de conservação podem provocar acidentes.

Em parques aquáticos: 

- Portas ou cancelas quebradas;

- Goteiras em atrações;

- Sinalização fora do local ou em mal estado;

- Uso de vidro nas atrações;

- Saída de emergência bloqueada;

- Animais soltos;

- Deformação nas pistas;

- Ruptura no material de fibra;

- Deslizamento de assentamento.

OPERAÇÃO DA BOMBA NA CASA DE MÁQUINAS

- Cuidados com o uso do filtro e da aspiração melhoram a qualidade da água e evitam acidentes por sucção;

- Ter muito cuidado com o ralo de fundo e a linha de vácuo (aspirador). Se possível, desligar a bomba da piscina em caso de uso;

Na casa de máquinas deve-se observar o seguinte:

- A localização da chave geral para desligar a bomba em caso de emergência;

- Painel elétrico aberto;

- Cabos elétricos desgastados;

- Vazamento de vapor, água, óleo ou cloro;

- Equipamentos contra incêndio em condições de utilização;

- Tabagismo em área proibida;

- Ventilação defeituosa;

- Parafusos ou roscas em mal estado de conservação.

RISCOS E ATIVIDADES PREVENTIVAS 

Todas as piscinas de uso público deveriam ter um departamento médico ou um protocolo de rápido atendimento para casos de afogamento. No estado do Rio de Janeiro o Decreto Nº 4.447/81 de 14 de agosto de 1981 - Normas sobre o controle e a fiscalização de piscinas, publicado no Diário Oficial nº 155 de 17 de agosto de 1981, obriga ter um guardião de piscina treinado em salvamento aquático e primeiros socorros. O estabelecimento deve ter o equipamento básico de primeiros socorros e o número de guardiões é determinado levando-se em consideração a distância, visibilidade e acesso entre as piscinas.

Cada área aquática tem suas peculiaridades e riscos em comum. Saber reconhecê-los possibilita a abordagem necessária à prevenção de acidentes. As situações de risco abaixo relacionadas foram baseadas em ocorrências que já aconteceram em piscinas no estado do Rio de Janeiro, a grande maioria por falta de medidas preventivas.

Medidas preventivas a serem desenvolvidas pelo guardião de piscina, de acordo com os riscos de afogamentos e/ou acidentes: 

Afogamentos 

- Verificar sempre os locais onde o banhista possa ficar preso ao fundo como: escadas fixas ou móveis, passagens submersas, ralo de fundo, linha de vácuo etc;

- Proibir atividades ou brincadeiras com cordas ou objetos que possam prender o banhista ao fundo;

- Proibir a prática de hiperventilação para aumentar o fôlego, sem supervisão confiável;

- Fora do horário de funcionamento, a piscina deve ser isolada com grades a uma altura mínima de 1,50m e 12cm entre as verticais, ou com redes de proteção.

Traumas

- Proibir que banhistas corram na borda da piscina;

- Prever colisões com instalações e clientes;

- Retirar objetos do caminho;

- Recolher cabos soltos ou em mal estado.

Traumas com afogamento

- Jogos com objetos rígidos devem ser proibidos;

- Proibir brincadeiras brutas em volta ou dentro da piscina como lutas ou a construção de torres humanas;

- Proibir brincadeiras violentas do tipo caldo;

- Proibir a utilização de pranchas rígidas;

- Proibir a natação na área dos trampolins, quando estiverem sendo utilizados;

- Proibir brincadeiras de pular na água;

- Observar a utilização incorreta de escorregas ou de tobo-águas.

Traumas com ferimento

- Verificar a existência de objetos perfurantes, pontiagudos ou potencialmente quebráveis na área dos banhistas, como garrafas ou azulejos partidos;

- Proibir vidros e outros materiais cortantes perto da piscina;

- Guarda-sol aberto em dias de vento forte devem ser fechados.

Traumatismo raqui-medular

- Orientar os banhistas a não mergulhar em local raso (coloque aviso) e a somente mergulhar de cabeça em local fundo se tiver habilidade para fazê-lo;

Queimaduras

- Verificar se os escorregas estão sempre com água corrente, para facilitar o deslizamento dos banhistas;

- Orientar os banhistas quanto a exposição ao sol, sem proteção solar, para evitar patologias pelo sol e calor. Aconselhar a ingerir bastante líqüido.

Hidrocussão (choque térmico) e contração de doenças infecto-contagiosas

- Obrigar o banho nos chuveiros antes de entrar na piscina.

Orientação aos pais

- Levar sempre sua criança caso necessite afastar-se da piscina. Ensine-a a nadar a partir dos 2 anos;

- Evitar brinquedos próximos à piscina, isto atrai as crianças;

- A maioria dos afogamentos ocorrem na hora do almoço ou após, por distração do adulto;

- Crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto. A maioria delas não têm supervisão durante o banho;

- Usar sempre telefone sem fio na área da piscina;

- Bóias de braço podem sair quando a criança mergulhar – cuidado!

NORMAS DE SEGURANÇA EM PARQUES AQUÁTICOS, TEMÁTICOS E SIMILARES

Em sua grande maioria, os usuários são pessoas com pouca ou nenhuma experiência e intimidade com as áreas espelhadas. Estão geralmente presentes aos milhares no local, divertindo-se em atrações e atividades diversas, onde diferentes acidentes podem ocorrer. Os acidentes são mais freqüentes nas atrações de velocidade, entretanto a possibilidade de afogamento ocorre geralmente de forma inesperada e sem previsão de local.

Folheto ou Placa com Orientação ao Usuário

Deve conter todas as informações gerais para orientar o usuário quanto a segurança ao circular pelo parque e nas atrações.

Tipos de Atrações e Normas de Segurança

Cada atração deve ter sua placa informativa com orientação ao usuário.

- Nome da atração;

- Profundidade da piscina;

- Posição correta para utilização;

- Proibição de objetos;

- Limitação para usuários – idade e capacidade física;

- Tempo de duração da atração.

1. Deslizantes

“Kamicazes” (grande ângulo de inclinação) ou Twisters, Loopins e Hidrotubos (tobo-águas fechados) 

- Uma pessoa por vez;

- Deitada, com os pés primeiros, braços e pernas cruzados;

- Proibido para menores de 1,25 m.

Tobo-água, pistas de descida lenta ou sem separação

- Uma pessoa por vez;

- Deitada ou sentada com os pés primeiro, e as mãos dentro do tobo-água;

- Proibido parar, ficar de pé ou mudar de posição no meio da descida;

- Não é permitido dar as mãos entre os usuários.

Block-Hole e Múltiplas pistas – Tobo-água fechado que utilizam bóias para o deslize

- Descida com uma ou duas pessoas por flutuador;

- Crianças só com supervisão de adulto;

- Deitado, de preferência, ou sentado com os pés na frente.

2. Piscina Infantil, Rios Lentos, Lagos, Hidroterapias e Piscinas de Atividades

- Observar a faixa etária para cada brinquedo e atividade;

- Proibido adulto em brinquedos infantis.

Proibido

- Mergulhar de cabeça;

- Objetos e óculos de vidro;

- Flutuadores que não os fornecidos pelo parque;

- Ficar de pé nos flutuadores;

- Empurrar ou puxar outros banhistas;

- Utilizar atividades contrárias às normas;

- Sentar ou permanecer nas escadas ou vias de acesso;

- Jogos que possam prejudicar outros;

- Construir torres humanas.

3. Rios Rápidos – descida rápida com o uso de flutuadores

- Uso na posição sentada sobre o flutuador;

- Crianças devem ir acompanhadas de adulto;

- Proibidas brincadeiras de luta ou de virar o flutuador;

- Uma pessoa por flutuador;

- Proibido sair do flutuador.

4. Piscinas de ondas

- Semelhante às normas para piscinas infantis.

Proibido

- Pranchas rígidas;

- Brincadeiras violentas do tipo caldo.
Cuidado! As piscinas são locais de lazer! Evite acidentes e afogamentos!

Mais de 65% das mortes por afogamento no mundo ocorrem em água doce;

Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros socorros.

Fonte: http://www.3gmar.cbmerj.rj.gov.br/

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